segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Convenção Nacional 2009

E foi assim que José Sócrates, Secretário Geral do Partido Socialista, encerrou a Convenção Nacional do PS que se realizou ontem, dia 6 de Setembro, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Começou por agradecer a José Maria das Neves, Primeiro-Ministro de Cabo Verde, que se prontificou a estar presente, dando apoio a este partido que luta pela qualidade de vida de todos os cidadãos residentes em Portugal.

“Temos em comum um projecto, e temos em comum uma ambição... dar o nosso melhor para servir as populações, dar o nosso melhor para fazer avançar Portugal. Este é o nosso desígnio, fazer avançar Portugal”, agradeceu assim José Sócrates a todos os camaradas, militantes e independentes, que candidatar-se-ão às Legislativas e Autárquicas.

Começando por falar na lei da paridade, o Secretário Geral do Partido Socialista afirma que “pelo menos numa coisa estas eleições legislativas e autárquicas vão ser diferentes do que todas as outras que se disputaram em Portugal. Nestas eleições os portugueses vão eleger mais mulheres do que alguma vez elegeram” e alerta que este facto “acontece porque o Partido Socialista, que já cumpria a regra da paridade nas suas listas, fez aprovar no parlamento a nova lei da paridade, uma lei que venceu a resistência de outros partidos à participação das mulheres na vida política”.

Marcada esta Convenção Nacional por discursos, com propostas na mesa e sem um “bota abaixo” a outros líderes políticos, José Sócrates diz que não é com insinuações, insultos, nem colocando em causa o carácter dos adversários que o Partido Socialista irá fazer política e campanha, mas sim com elevação e respeito democrático, respondendo desta forma a todas as afirmações feitas nos últimos dias.

Reconhecendo que nem tudo foi bem feito no Governo durante estes quatro anos e meio, diz o candidato a Primeiro-Ministro, que o Partido Socialista não se presume “detentor únicos da verdade, e com um “v” grande e tudo, como se na política, a verdade fosse uma graça divina concedida a uns e negada a outros. Ou como se alguém pudesse ter em exclusivo, a patente registada da verdade”, exemplificando que “já houve outros que no passado, pretenderam ser a verdade dos povos, esses outros foram apenas ridicularizados pela História”.

Mostrando a sua indignação pelo tipo de campanha que o PSD e CDS-PP está a fazer, focando as políticas sociais, José Sócrates relembra que a direita não aprovou no parlamento o aumento do abono de família, o abono pré-natal, o aumento do salário mínimo, alargamento da acção social escolar, empréstimos aos alunos universitários, passe escolar, reforço do subsídio social de desemprego, novas oportunidades, entre outras medidas sociais. Acrescenta ainda que “sempre que Portugal avançava nas políticas sociais a direita, punha-se do outro lado. E mesmo agora, o carinho do maior partido de oposição (PSD) pelo Estado Social é tanto que no seu programa eleitoral nem sequer uma vez se referem ao Serviço Nacional de Saúde”.

Criticando que o PSD nunca teve tão à direita como agora – nunca foi tão conservador nos costumes, tão tradicionalista nos direitos, tão retrograda na visão do mundo, tão neoliberal na economia e tão adversário do Estado Social em Portugal – José Sócrates afirma que “com o PS, Portugal avança no Estado Social... educação para todos até ao ensino secundário, combate à pobreza e às desigualdades, sustentabilidade da Segurança Social, desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde, mas com a direita, pelo contrário, Portugal iria recuar no Estado Social. A verdade é esta e a alternativa é esta e não há outra. Avançar ou recuar no Estado Social. Esta é a opção! E porque esta é a opção não se compreende que os partidos que se gostam de dizer à esquerda do PS, que gostam de se reivindicar da verdadeira “esquerda”, queiram pôr tudo no mesmo saco e se recusem a dar prioridade ao combate a estas propostas da direita”.

José Sócrates ainda enumera alguns factos históricos que marcaram a sua governação em algumas áreas como o combate à pobreza, aumento do salário mínimo, saúde materno-infantil, cuidados com os idosos, equipamentos sociais, modernização das escolas, acção social escolar, novas oportunidades, licença de parentalidade, lei da paridade, eliminação do divórcio litigioso, despenalização da IVG, igualdade de direitos civis e na luta contra todas as formas de discriminação, afirmando que “só o sectarismo pode impedir de valorizar os progressos que o Governo e a maioria do PS conseguiram fazer em todas estas áreas”, terminando este pondo dizendo também que “só com a mais cega demagogia pode tentar apagar as diferenças entre os resultados e as propostas do PS, que soube pôr as contas públicas em ordem mas sempre defendendo o Estado Social”.

Terminando o seu discurso, o Secretário Geral do Partido Socialista, apela ao voto, dizendo que conta com os portugueses de todas as idades, condições sociais e sensibilidades políticas, para acreditar num Portugal mais moderno, mais empreendedor e sobretudo mais responsável.

E para concluir este dia de Convenção Nacional do PS, José Sócrates relembra que “a economia portuguesa foi das primeiras a sair da recessão técnica, os índices de confiança estão a subir, os encargos das famílias com juros à habitação continuam a baixar, muitas fábricas que tinham suspendido a sua actividade, estão agora a chamar de novo os seus trabalhadores, o investimento público está a puxar pela economia, as medidas de promoção do emprego garantem já a milhares de pessoas, condições de integração do mercado de trabalho e o reforço da protecção social no desemprego já abrange quase 30 mil pessoas que antes não tinham apoio”, rematando que a prioridade do PS é relançar a economia para combater o desemprego.

Sem comentários:

Enviar um comentário