sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Adeus Jornal Nacional de Sexta

O PS exigiu ontem uma explicação cabal da administração da TVI pela decisão de suspender o Jornal Nacional de Sexta-feira, coordenado pela jornalista Manuela Moura Guedes, considerando-a incompreensível.

Remetemos as declarações, de ontem à tarde, do Camarada Augusto Santos Silva relativo ao assunto em apreço.

DECLARAÇÃO

"A decisão da administração da TVI é completamente incompreensível, seja em si mesmo - visto que não há qualquer explicação pública sobre os seus fundamentos e razões -, seja pelo tempo em que ocorre, porque estamos em período eleitoral e desvia a atenção dos portugueses da avaliação das propostas apresentadas pelos partidos.

Este é um tempo de os partidos se dirigiram aos portugueses e não de outros partidos interferirem indirectamente na campanha eleitoral.

Com a autoridade que assiste ao PS de ser o principal alvo do Jornal Nacional da TVI e sua orientação editorial - que sistematicamente se pontuou pelo ataque ao PS, ao seu líder, ao Governo e ao primeiro-ministro -, exigimos à administração da TVI uma explicação cabal sobre as razões que motivaram esta decisão.

Pedimos também publicamente a intervenção da entidade competente, que é a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), no sentido de averiguar se o princípio constitucional e legal da independência da informação perante o poder económico e se as leis da comunicação social em Portugal, designadamente a lei da televisão - e as responsabilidades que confere às direcções de informação -, foram cumpridos.

O PS repudia veemente qualquer tentativa de ligação a esta ou qualquer outra decisão da Administração da TVI, com a qual não tem qualquer ligação”.

A Prisa negou hoje, sexta-feira, qualquer interferência na polémica decisão tomada pela TVI de suspender o Jornal Nacional de 6ª-feira, insistindo que se tratou de uma decisão da equipa de direcção em Lisboa.

"Foi uma decisão que se insere no âmbito da gestão da direcção da cadeia (de televisão) e com o envolvimento da Direcção Geral da Media Capital", afirmou à Lusa fonte oficial da Prisa.

"Quando se coloca à frente de uma empresa uma equipa de direcção temos que respeitar a sua decisão. E isso é tudo", sublinhou.

A mesma fonte rejeitou ainda notícias de que o próprio Conselheiro Delegado da Prisa, Juan Luis Cebrián, se tenha envolvido directamente no caso, insistindo que a Prisa "respeita a independência de gestão" de todas as suas empresas.

"O Conselho Delegado tem o papel de marcar as directrizes gerais da empresa, definir por exemplo se vamos ou não reforçar a presença neste ou naquele país. Mas quando há uma empresa (Media Capital) que tem uma direcção-geral e um conselheiro delegado, são eles que gerem essa companhia", disse ainda.

Normalmente, frisou a fonte, decisões como estas na TVI são tomadas por cada equipa directiva, no local onde está, sem consultas prévias à sede em Madrid e porque a Prisa "confia nas equipas gestoras que tem em qualquer local".

"Naturalmente que depois, a nível interno, há uma cadeia de comunicação, mas as decisões não são tomadas com consultas prévias", frisou.

Seria impensável, insistiu a fonte, considerar que cada decisão que se toma pelas empresas do grupo Prisa tivesse que passar pelo crivo da sede em Madrid.

"A posição da Prisa é respeitar e confiar nas decisões das suas equipas de gestores, neste caso da TVI e da Media Capital", sublinhou.

"Cada uma das empresas tem a posição que tem e uma equipa de direcção que actua. A Media Capital tem demonstrado ter mantido uma gestão que se evidencia nas audiências", frisou.

Outras fontes da Prisa consultadas pela Lusa em Madrid manifestaram "surpresa" pela reacção em Portugal em torno à suspensão do jornal da TVI, considerando que é uma "decisão normal na gestão do dia-a-dia da empresa". in público

Decisão esta que os partidos políticos da oposição aproveitaram para deixarem a sua inteligência de lado e aplicarem a demagogia e as acusações neste caso, ligando-as ao Partido Socialista.

É triste, mas é a oposição que temos, visto não terem matéria por onde pegar, têm que ir buscar estas decisões de gestores independentes para tentarem deitar abaixo uma campanha socialista.

«A TVI há muito que desejava acabar com aquele espaço, existia porque Moniz era um homem influente na TVI e portanto dava-se ao prazer de ter a sua mulher a fazer um trabalho que não honra o jornalismo, mas era óbvio que tinha os dias contactos. Não sei como andam pessoas a chorar lágrimas de crocodilo por ter terminado um espaço que violava leis, códigos, as regras do jornalismo», assim terminamos com este comentário de Emídio Rangel, antigo Director da RTP e SIC.

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